Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central. Anticorpos do nosso próprio organismo acabam provocando desmielinização (perda da bainha de mielina que ajuda nas sinapses/conexões entre os neurônios) das células nervosas e causando inflamação, o que desencadeia os vários sintomas dessa doença autoimune. Afeta principalmente os adultos jovens, com o pico de início a faixa etária entre os 17 e 34 anos.
Os sintomas são muito variados, dependendo da área do cérebro ou medula espinhal acometida. Geralmente manifestam-se na forma de surtos ou crises agudas. Podem ocorrer alteração da acuidade visual ou perda da visão, tipicamente em um único olho,
fraqueza de membros como hemiparesia (fraqueza do membro superior e inferior do mesmo lado) ou paraparesia (fraqueza nas duas pernas), formigamento, alteração do equilíbrio e dificuldade de caminhar. Outros sintomas também podem ocorrer na evolução da doença como alteração do controle da bexiga ou do intestino, disfunções sexuais, alterações no comportamento, depressão, cansaço/fadiga, dor, etc.
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico do paciente e em sua história, exame neurológico e exames complementares, em especial a ressonância magnética de crânio. Outros diagnósticos diferenciais também devem ser excluídos, pois existem outras doenças que podem “imitar” a esclerose múltipla.
O tratamento agudo é realizado quando ocorrem surtos que prejudicam a vida diária da pessoa e seus afazeres, com o objetivo de amenizar os novos sintomas e reduzir seu tempo. Para isso são usadas altas doses de glicocorticoides via endovenosa, geralmente necessitando de hospitalização.
Também há o tratamento realizado de forma contínua para evitar que novos surtos e possíveis sequelas ocorram, com os chamados fármacos modificadores da doença. Seu uso deve ser iniciado o mais breve possível assim que indicado. Dentre eles, há opções de medicações injetáveis, via subcutânea, intramuscular ou endovenosa, bem como medicamentos administrados pela via oral. O Ministério da Saúde por meio do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esclerose Múltipla disponibiliza todos esses medicamentos de acordo com o perfil de cada paciente de forma gratuita pelo sistema único de saúde.
Acompanhamento com neurologista é indispensável nesta doença complexa, bem como monitorização de possíveis efeitos adversos de seu tratamento. O objetivo é atingir o controle da doença, sem nenhuma evidência de atividade da mesma.